Acordeonista Eugénia Lima vive em Rio Maior e completa este ano oitenta anos de carreira artística
“Mal de mim quando tiver que deixar de tocar porque o público faz-me tanta falta como o ar que respiro”
07-10-2010 - Era uma vez uma menina cujo pai afinava acordeões. Parece o início de uma história feliz mas as histórias felizes fazem-se com luta, trabalho e sofrimento. Sem esforço não é possível chegar tão longe e com tanta vontade de viver. (...)
Esteve doente?
As pessoas não se apercebem disso mas eu tenho a doença de Parkinson. Por causa da doença eu tinha vertigens e tomei um medicamento para as vertigens que me tirou o andar. Foi há três anos. Fiquei numa cadeira de rodas. Quase paralítica. Fiquei sem andar e sem poder tocar. Pensei que nunca mais iria tocar acordeão até ao fim da minha vida. Não conseguia coordenar o som de dois botões. Tentava e era a mesma coisa que estar a pôr a mão em cima de uma pedra, ou de um ferro.
Como conseguiu recuperar?
Houve alguém que me recomendou um médico das Caldas da Rainha, o dr. Fernando Martins, neurologista. Amigos aqui de Rio Maior, que são a minha família, levaram-me lá. Substituiu-me os medicamentos que eu tomava para a Parkinson e hoje estou assim. (Estica os braços e as mãos mantendo-as firmes, sem um sinal de tremura, em frente ao rosto). Claro que também tive a sorte da doença não me ter atacado com a violência com que por vezes ataca. O médico explicou-me que nestas idades a doença já não ataca com tanta violência. Mas quero dizer às pessoas que têm essa doença que teimem e que façam por viver. Que não desistam de viver. (segue...) Fonte: O Mirante.pt.
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