13 de agosto de 2021

Último dos moicanos

Tarcísio Meira morreu. Paulo José morreu.

Morreram duas referências minhas.

Lembro-me que no final do quarto ano primário (1966), ganhei de presente de minha professora, o livro “Último dos Moicanos”, que não trata necessariamente deste tema. Lembro também que, no ano seguinte, quando do final do primário, fui convidado a ser orador da turma, na formatura do Grupo Escolar Souza Lobo, que teve por palco o Salão Paroquial da Igreja São Geraldo, bairro de mesmo nome, na av Farrrapos, em Porto Alegre.

Na redação do discurso de formatura deu-me um branco. Recorri à ajuda de meu pai. Feita a redação à quatro mãos, posteriormente submetida à “censura” da professora, esta sugeriu algumas alterações.

Levei pra casa e reuni-me com meu pai e este, diante das sugestões da professora, concluiu: - Realmente, faltou agradecer à deus. Deus (pra ela).

Das mortes que me impactaram recentemente, particularmente aquelas relacionadas à doença de parkinson foram mais marcantes. A começar pelo suicídio do Robin Williams, referência cinematográfica. Paulo José anteontem, não só pelo parkinson, mas também por este ser quase conterrâneo meu. De Lavras o Sul este, de Pinheiro Machado eu.

Nesses tempos de internet (instagram, twitter, facebook et al) perdem-se as referências humanas, ficando-se submetidos à impessoalidade das redes sociais, teorias loucas e fake news. Somando-se o isolamento das redes sociais, o mundo passa a ser visto e convivido de uma perspectiva extemamente limitada, basicamente à tela de um telefone. E sem referências humanas. Meira e José não estão mais entre nós.

Independente do juízo de valor que alguns negacionistas fazem de Deus, transformando-o num deus qualquer, quero crer que nos dias que correm, onde a palavra de Deus é vilipendiada, nossas referências sejam pautadas por um Deus verdadeiro, e desejo que, embora eu seja ateu, Meira e José fiquem com este Deus, porque aqui na terra ‘tá cada vez mais difícil.

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