30 de abril de 2015

Técnico e mentor de Pacquiao ignora Mal de Parkinson para bater "Money"

Ex-boxeador, Freddie Roach teve que interromper a carreira aos 26 anos por conta
da doença, e esperou a vida inteira pela chance de ver seu pupilo contra Mayweather

30/04/2015 - Myke Tyson, Oscar De La Hoya, Wladimir Klitschko e Manny Pacquiao. Anderson Silva, Georges St Pierre, José Aldo e Maurício Shogun. Lendas do boxe e do MMA. Todos detentores de título mundiais. Todos lapidados em algum momento por Freddie Roach. Figura controversa e dono de um humor ácido, o técnico do filipino, de 55 anos, é uma das figuras emblemáticas do duelo entre Floyd Mayweather e Manny Pacquiao, neste sábado, na MGM Grand, em Las Vegas. Lutando contra o Mal de Parkinson desde os 26 anos, Freddie dedicou parte da vida como técnico a estudar todos os passos de Floyd Mayweather.

O Combate transmite ao vivo e com exclusividade para seus assinantes neste sábado, dia 2 de maio, o confronto entre Floyd Mayweather Jr. e Manny Pacquiao, que vem sendo anunciado como a “Luta do Século”. Os dois maiores boxeadores da atualidade se enfrentam em Las Vegas (EUA) pela unificação dos cinturões dos pesos-meio-médios (66,7kg). A transmissão do Combate começa às 22h (de Brasília), com mais três lutas, e todas elas poderão ser assistidas também via PC ou celular por meio do Combate Play (exclusivo para assinantes Combate).

OBSESSÃO POR MAYWEATHER
Especialistas do mundo do boxe o colocam como importante peça na difícil missão de acabar com a invencibilidade de "Money". Por diversas vezes, sem meias palavras, Freddie admitiu que uma das motivações para seguir vivendo era ajudar Pacquiao a terminar com a carreira perfeita de Mayweather. Em 2007, treinou Oscar De La Hoya na missão de enfrentar o "Pretty Boy". Desde então, foi quem chegou mais perto, já que Hoya foi derrotado na decisão dividida em luta até hoje lembrada por seu resultado controverso.

- Ter essa luta contra o Mayweather é como um sonho se tornando realidade. O Floyd não é o mesmo, não se movimenta mais nos rounds e diz que é o melhor de todos pois está invicto. Mas não. O zero significa muito para ele, mas garanto que o Pacquiao pode nocauteá-lo tranquilamente - disse Roach assim que o combate foi confirmado.

Quem vê Freddie fora de um ringue, demora a acreditar no que ele é capaz de fazer. Profundo conhecedor da nobre arte, o americano é visivelmente prejudicado pela doença. A fala é trêmula e as palavras saem com dificuldade. O andar e o semblante não são suaves. Os obstáculos são resultado das 53 lutas como boxeador e já o fizeram pensar em suicídio.

Foram 40 vitórias e 13 derrotas. Mas poucos triunfos por nocaute, apenas 15. Asssim, lutou muitos rounds e levou muitos socos. Aos 26 anos, já apresentava sinais da doença e teve como melhor bolsa de luta US$ 7,500 (pouco mais de R$ 22 mil), muito distante pelos US$ 120 milhões que Pacquiao irá receber por lutar contra "Money".

Mas, basta começar o treino para que Roach se transforme. Ele afia os golpes do filipino, trabalha na manopla e também funciona como um motivador. Provocador, gosta de destilar suas críticas para Mayweather. Segundo Roach, o americano, invicto em 47 lutas, não é tão tecnicamente perfeito.

- Acho o Juan Manuel Márquez muito mais duro e inteligente que ele. Acredito que o Pacquiao é rápido o suficiente nas combinações, batendo e saindo. Assim fazemos ele apanhar sempre. Isso é parte do nosso plano para o dia 2 - explica Roach.

Trabalhando há pouco mais de um ano na Top Rank, em Las Vegas, o boxeador brasileiro Esquiva Falcão já teve a oportunidade de ver de perto os treinos dados por Roach. E se surpreendeu com a qualidade dele.

- O meu treinador, o Miguel Dias, foi técnico dele quando o Roach era boxeador. Ele é um cara muito experiente, que sabe o que está fazendo. Antes eu não sabia que ele tinha o Mal de Parkinson. Me contaram e na hora que ele dá os treinos parece que não sente nada - diz Esquiva Falcão. Fonte: Globo G1.

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