12 de fevereiro de 2021

Morre Luís Humberto Pereira, referência do fotojornalismo brasileiro

O fotógrafo morreu na madrugada desta sexta-feira (12/2), após uma série de complicações em decorrência de infecções

(crédito: Zuleika Souza/Divulgacao)

12/02/2021 - Um dos nomes mais importantes da fotografia em Brasília, Luis Humberto Miranda Martins Pereira morreu na madrugada desta sexta-feira (12/2), aos 85 anos.

Um dos fundadores do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (IDA/UnB) e responsável por registrar da arquitetura da cidade à vida política do Planalto Central, Luis Humberto estava internado no Hospital Df-Star desde dezembro em decorrência de complicações geradas pelo Parkinson e por uma série de infecções.

Luis Humberto chegou em Brasília em 1961, com a então mulher, Eloá, que vinha transferida da Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro por conta da inauguração da nova capital. Carioca, formado em arquitetura e funcionário do Ministério da Educação, ele foi trabalhar nos projetos de construção do campus da Universidade de Brasília (UnB). Entre a arquitetura e o cerrado do Planalto Central, Luis Humberto encontrou a fotografia.

Foi registrando a flora local que ele começou a desenvolver com a câmera um intimidade que o levaria para o registro da arquitetura e da política. “Fotografia, pra mim, é um negócio glorioso, porque eu me encontrei. Aquele negócio de `você deixou a arquitetura´...não é assim. Eu encontrei foi uma paixão maior. A fotografia combina mais comigo do que arquitetura. Arquitetura, o cara entra, te pede um projeto, você vai conversar com ele para saber o que ele quer, aí você faz uma coisa ele acha ruim sempre, e isso não acaba até construir a casa. Todos os empecilhos tirados, são mais de dois anos. Não tenho dois anos para perder com uma casa”, contou o fotógrafo, em 2017, durante sua última entrevista para o Correio Braziliense.

Nos anos 1960, o fotógrafo registraria a cidade monumental, sempre enquadrada à luz da pequenez do homem diante das curvas e retas imensas de Oscar Niemeyer. Em 1965, o fotógrafo, na época professor da UnB, pediu demissão com outros 223 docentes que discordavam da administração linha dura do então reitor Laerte Ramos de Carvalho. A ditadura se instalava com força e Luis Humberto foi para perto do poder, trabalhar como fotojornalista para veículos como Veja, Visão, Realidade, IstoÉ e Jornal do Brasil.

O olhar crítico para as entranhas do poder e da opressão materializava-se em fotografias carregadas de ironia: poucos fotógrafos conseguiam roubar dos militares e seus palácios os enquadramentos sugestivos de Luis Humberto. Sem flash, sempre com duas câmeras penduradas no pescoço, o fotógrafo produziu um dos maiores arquivos sobre o teatro do poder durante a ditadura.

Nos anos 1980, Luis Humberto deixaria para trás as redações para retornar ao posto de professor, na Universidade de Brasília (UnB). Na Faculdade de Comunicação, como professor, formou várias gerações e tornou-se referência no ensino da fotografia.

Para o fotógrafo Rinaldo Morelli, que foi aluno de Luis Humberto, a definição adequada é de “mestre”. “Luis Humberto é o filósofo das práticas e respectivas reflexões. Os processos de descobertas, partindo do universo particular de cada um, sempre foi sua maior aposta, seja para seu olhar pessoal seja para instigar outros olhares”, diz Morelli.

O cineasta Vladimir Carvalho, também professor da UnB e amigo pessoal do fotógrafo, ele pavimentou a cena fotográfica da cidade. "Luis praticamente fundou o movimento da fotografia na capital. Primeiro, como professor, e depois como militante da fotografia na imprensa. Ele tem um apuro tal, com relação às artes fotográficas, que é uma referência quando se trata de fotografia artística. Ele era uma espécie de líder de todos os companheiros que estavam no batente, especialmente na época da ditadura militar, ele cobria o Congresso”, conta Carvalho.

Uma parte de sua obra está nos livros Fotografia: Universos & arrabaldes (1983) e Brasília, Sonho do Império, Capital da República (1981). Em 2007, ele publicou ainda Do Lado de Dentro de Minha Porta, do Lado de Fora de Minha Janela, que também foi transformado em exposição. Nos últimos anos, Luis Humberto se dedicou a ensaios domésticos. A dificuldade de mobilidade por causa do Parkinson, ele passou a registrar o ambiente ao redor a partir da perspectiva da cadeira de rodas. “Comecei a fotografar, a olhar as coisas de outra maneira, descobrir coisas, trabalhar num universo de dimensões menores, o que não desqualifica, mas faz você mergulhar em outra escala de coisas. Você vai descobrindo coisas que têm um certo encanto, é um jogo”, contou ao Correio, ao falar sobre o ensaio A reforma do (possível) do olhar. Fonte: Correio Braziliense.

4 de fevereiro de 2021

Mike Henry, ator de Tarzan nos anos 1960, morre aos 84 anos

04/02/21 - Mike Henry, ator e ex-jogador de futebol americano, faleceu no dia 8 de janeiro aos 84 anos. A notícia foi confirmada à revista Variety por Cheryl, viúva do ator, que ficou conhecido por dar vida ao personagem Tarzan nos anos 1960.

Henry lutava há anos contra o Parkinson e outros problemas de saúde. Estes problemas seriam consequência dos traumas sofridos na cabeça durante sua época na NFL. Ele jogou como linebacker pelos times Pittsburgh Steelers e Los Angeles Rams, entre 1958 e 1964.

Foi durante um jogo dos Rams que Henry foi abordado por um produtor para o papel de Tarzan. Ele encarnou o personagem em três filmes: “Tarzan e o Vale do Ouro” (1966), “Tarzan e o Grande Rio” (1967) e “Tarzan e o Menino da Selva” (1968).

Depois, ainda apareceu com John Wayne no faroeste “Rio Lobo” (1970), com Charlton Heston na ficção científica “No Mundo de 2020” (1973) e com Burt Reynolds em “Golpe Baixo” (1974). Fonte: Isto É.