6 de dezembro de 2017

Pioneira na arte-educação e escritora infanto-juvenil

FANNY ABRAMOVICH (1940-2017)

05/12/2017 - Nas histórias que contava para as filhas dormirem, o príncipe encantado de Elisa Kauffmann Abramovich era Luís Carlos Prestes e os palácios eram uma alegoria da sua visão do comunismo: moradas em que todos os habitantes do reino coabitavam em igualdade e harmonia.

A primeira lembrança guardada por Fanny era a voz da mãe mesclando fantasia e sua leitura da realidade. As explicações lúdicas impulsionaram sua produção intelectual na vida adulta.

Educadora, pedagoga e escritora infanto-juvenil, Fanny começou a lecionar no final dos anos 50 na Scholem Aleichem, uma escola experimental tocada por judeus de esquerda do Bom Retiro –sua mãe, parte do grupo fundador, foi a primeira mulher eleita vereadora em SP, pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro).

Após uma temporada de estudos na Europa, especializou-se em arte-educação e ajudou a implantá-la no Brasil. É considerada uma das grandes responsáveis pela introdução da disciplina de artes no currículo escolar.

Como crítica de cultura infantil, assinou coluna no "Jornal da Tarde" e apresentou um quadro no antigo TV Mulher, da Rede Globo.

"Ela batia de frente com o processo de transformação da criança em consumidor", diz a amiga Cecília Luedemann.

Nos anos 80, passou a escrever: são mais de 40 títulos infanto-juvenis. "Contar histórias com paixão e não forçar a barra são formas de estimular a leitura", disse à revista "Nova Escola" em 2008.

Morreu no dia 27 de novembro, aos 77 anos, devido a complicações da doença de Parkinson. Deixa irmã. Fonte: Folha de S.Paulo.

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