31 de dezembro de 2020

Indio Solari garantiu que "é improvável" que suba novamente ao palco e falou do Parkinson:

"É muito chato e doloroso" O músico concedeu entrevista na qual também falou sobre política, a pandemia do coronavírus e a vacina russa Sputnik V

Áudio aqui.

A palavra de El Indio Solari (Áudio: "Orações atendidas", Rádio Provincia)

31 de Diciembre de 2020 - “Há muitos meses que sonhávamos com esta entrevista, mas a pandemia seguiu em frente”, disse Marcelo Figueras aos ouvintes de Orações assistidas, na Rádio Provincia, antes de apresentar um extenso diálogo que teve com Indio Solari.

O músico conversou com o motorista e seu querido amigo por quase duas horas. De sua casa no Parque Leloir, ele se permitiu fazer uma piadinha sobre o isolamento social, preventivo e obrigatório que foi ditado este ano pela pandemia do coronavírus. “Um amigo queria me dar o cargo de Ministro da Quarentena”, garantiu, referindo-se ao fato de que não costuma sair de casa. Embora tenha esclarecido que de vez em quando costuma “dar uma voltinha pelo bairro”: “Eu desafio alguém, eu luto. É entretenimento”.

Por outro lado, indicou que durante a quarentena esteve ativo através das suas redes sociais e que quando carregou as fotos alguns fãs duvidaram que as imagens fossem atuais. E contou que um jovem veio pedir-lhe para tirar uma selfie com o diário da data. “Esta entrevista vai servir de prova de vida”, disse o piloto e ex-líder dos Redondos, rindo: “Que estou vivo”.

Em outra parte da entrevista, o popular artista disse que "é improvável" que volte a subir no palco, mas trouxe tranquilidade aos fãs ao garantir que em 2021 fará um streaming de show e também lançará "o gibi com letras ilustradas”. Por sua vez, ele se referiu ao Parkinson, uma doença neurodegenerativa que afeta os movimentos. Surgiu durante uma palestra política em que falou sobre a situação que gosta dele quem não tem recursos para passar por ela.

“O que eu tenho é muito chato, muito doloroso”, enfatizou o músico que em março de 2016 disse ao público que Parkinson estava “em seu encalço”. “Outro dia estava pensando como deve ser para o cara que tem a mesma coisa que eu, que não tem dinheiro para comprar remédio. Que ele não tem cinesiologia. Deve ser (querer) jogar você nos trilhos do trem. É insuportável. Isso te afasta da vida”.

“Tenho que fazer um esforço para me concentrar, para me abstrair. Graças a Deus, as coisas que faço têm aquela peculiaridade de usar o cérebro para imaginar coisas. E lá estou eu, o tempo todo absorto nas minhas coisas. Mas imagino aquelas pessoas que não tiveram outra possibilidade senão agarrar a colher ou a caixa. Deve ser um inferno”, continuou Carlos Solari, esse é o seu verdadeiro nome.

A pandemia de coronavírus

"O mundo está indo para o inferno e não foi tão difícil de prever."

"Estou muito preocupado com o horror que pode haver agora."

—Quando a água for mais importante que o óleo, veremos o horror.

"Desconfiar da ciência russa é realmente audacioso." Alguém já perguntou de onde vieram as outras vacinas que pegamos?

O governo de Mauricio Macri

"A memória das pessoas é rara." Com o governo anterior ... como esquecer que cada vez que eles desembarcam estão tentando o que podem e agora estão viajando pelo mundo? O país foi roubado. Não que eles tenham mudado. São fortunas que estão no exterior.

—Se (a pandemia) nos tocasse há quatro anos, todos nós morreríamos. Eles se autodenominam libertários e me parece loucura, tem hora que você não sabe se é uma farsa.

—Com o ministro anterior (por Patricia Bullrich) eles tiveram rédea solta para imitar a polícia de Kentucky (Estados Unidos), que te espancou, pisou na sua cabeça e te matou.

Outras frases de Indio Solari

—A classe média e a classe média alta querem ter toda essa merda de plástico que vêem e aí a questão ecológica vai para o lixo.

"O cara de classe média que não gosta de viajar no mesmo aluguel da morocha, só pensa em ir para Punta del Este." Eles não têm uma vida pensante como a sua ou a minha, à qual nos dedicamos a isso e nada mais.

- Não tolero ser Índio Solari aqui, imagina ser (Diego) Maradona no mundo. Foi um bem poderoso, poderoso. Com outras armas, não com "Vou agarrar seu pescoço". Todos nós acreditávamos que ele sempre escaparia.

—Quem chupa as meias até o poder não pode ser artista. Me irrita quando falam sobre eu ter dinheiro. Sim, tenho dinheiro, porque um artista independente tem que ser capaz de resistir ao ataque do poder.

—Todas as ideias malucas que as pessoas que se opõem ao governo geram um disparate. Essas pessoas me preocupam porque desobedeceram a todos os slogans médicos e científicos, e os números vão para o inferno quando essas festas clandestinas aparecem. Essa parte da sociedade para mim é incompreensível.

—"Eu assisto ao noticiário e não posso acreditar." Dizem a fala do que acreditam, falam mais do que o entrevistado e depois falam para ele: "É mesmo?"; e o outro está cansado porque o outro já falou todas as besteiras.

—O poder da direita conservadora é a capital. Felizmente, a Argentina tem o peronismo no meio do sanduíche entre o comunismo ou a esquerda e os poderosos.

—A arma do peronismo é ganhar as eleições em quantidade porque há mais quem não tem do que quem tem. Se houver fraude, o peronismo não o fará.

—O comunismo perdeu a batalha porque o movimento fraternal se tornou outro monstro.

—As forças de segurança vêm da mesma vizinhança que os bandidos. As delegacias vivem de prostitutas e jogos de azar clandestinos.

"Os Estados Unidos estão caindo aos pedaços e vão levantar muita poeira." Ele não dá mais a eles o couro para serem os policiais do mundo, ele os dá para ameaçar.

"Estou apaixonado (pela banda) The Air Conditioning Fundamentalists." Estou babando, insisti para que continuassem.

—Quando se tem 71 anos, a morte é a grande aventura que temos de correr. Eu a trato como uma canção: familiarmente. Você nasceu e o outro grande passo é morrer. O resto se torna secundário. O disco rígido não é suficiente para tudo e não é tão difícil. Original em espanhol, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Infobae.

Nenhum comentário: